A propaganda que uniu mãe e filha cantando graças ao uso de inteligência artificial mostra que o sucesso está ligado à capacidade de sensibilizar as pessoas
Ainda hoje, o quanto somos capazes de nos surpreender com a vida, tal qual as crianças, que se alegram com algo simples como uma bola de sabão ou um algodão-doce? Ou como os poetas, que mesmo quando velhos mantêm um olhar especial para o que a maioria dos mortais considera banal?
Num grupo de WhatsApp, um amigo compartilhou suas reflexões sobre como a euforia com as “primeiras vezes’’ parecia se tornar cada vez mais rara conforme os anos vão se passando. Sua sensação é de estar vivendo agora coisas que ele, de algum modo, já experimentou antes: viagens, relacionamentos... Até por isso, já se pegou pensando que a paternidade talvez seja ainda o único acontecimento realmente novo que ele possa conhecer no futuro.
Na aula de pilates, a mulher agachada no colchonete, após hesitar por alguns segundos, perguntou à professora: “O que uma senhora de 73 anos precisa fazer para conseguir dar uma cambalhota?’’. Os colegas, aparentemente de mesma idade, riram e indagaram: “Por que essa ideia de cambalhota agora?’’.
Não é apenas o nosso corpo que enrijece com o tempo. Nosso olhar para as coisas também. Há boletos a serem pagos, dores a serem sanadas, trabalhos a serem cumpridos, metas a serem atingidas, lutos a serem curados. Em determinados períodos, é só sobreviver mesmo. No meio de tudo isso, no entanto, está o viver.
O que emociona alguém pode não ser o mesmo que me sensibiliza, mas alguma coisa há de fazer você sentir frio no estômago, rir à toa, tremer as pernas, chorar de alegria... Mãe e filha cantando juntas é algo bem trivial, não é? Não quando elas são Elis e Maria Rita .
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