Em ranking de 62 nações, o país aparece em 35º lugar no mercado da IA. Porém, enquanto se sai mal em questões como 'estratégia governamental' e 'pesquisa e desenvolvimento', os profissionais brasileiros se destacam, com o país em 21º na classificação no quesito 'talentos'.
O neurocientista Talmo Pereira, líder de laboratório no Salk Institute for Biological Studies, na Califórnia: exemplo de talento brasileiro 'perdido' na área de inteligência artificialNo ramo da inteligência artificial , o Brasil se sai bem quando o assunto é "talentos". Porém muitos dos melhores profissionais brasileiros trabalham hoje para empresas e governos estrangeiros.
"Nossa principal base de pesquisa para identificar talentos locais foi o Linkedin", comenta Serena Cesareo. "Ficou evidente como o Brasil possui um grande número de profissionais no campo, tanto em termos absolutos quanto em proporcionais, em relação ao tamanho da população.
Isso ocorre porque, em outros temas, a Índia não tem desempenho tão bom. Em "infraestrutura", por exemplo, é quase a lanterninha da lista, na 59ª colocação. O país também vai mal em "estratégia governamental" e "pesquisa" . Em termos mais leigos, o neurocientista brasileiro usa a inteligência artificial como uma forma de investigar padrões biológicos em animais e humanos.
"Vamos enviar experimentos para a Estação Espacial Internacional. Como astronautas permanecem muito tempo no espaço, e há planos de mandá-los a Marte, meu grupo procura criar métodos de prevenir doenças que podem se desenvolver mais rápido em ambientes de baixa gravidade." "As empresas não valorizam o quanto deveriam. O governo, preocupa-se mais em regular e restringir, do que em desenvolvimento."
Chiavegatto conta que seus melhores alunos costumam ser recrutados por universidades e empresas estrangeiras, principalmente dos Estados Unidos – o líder do mercado de IA, segundo o The Global AI Index. "É difícil conseguir cargo de pesquisadora no Brasil", opina ela. "Nas universidades brasileiras, é preciso se dedicar integralmente a ser professor, além de pesquisador. Isso não favorece o desenvolvimento da ciência por não aproveitar aqueles que, como eu, tem maior perfil de laboratório, não de dar aulas."
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