A confusão entre normalidade e privilégio é um antigo hábito cultivado por castas que se julgam dominantes. No caso do tenente-coronel Mauro Cid, as prerrogativas concedidas pelo Exército ao preso tornam-se mais constrangedoras quando comparadas aos ri
Embora Torres e Cid estejam vinculados a corporações distintas, recebem seus vencimentos das mesmas arcas federais. Submetidos às mesmas leis, respondem a processos no Supremo Tribunal Federal por perversões associadas ao ex-chefe Bolsonaro. Ambos estão subordinados a autoridades civis: os ministros Flávio Dino e José Múcio . A única diferença entre os dois está no traje. Anderson é paisano. Cid, veste farda.
Anderson Torres dispõe de 15 dias para recorrer contra a notificação da PF. Em nota, a defesa informou que prepara a contestação. Sustenta que"não é permitida a suspensão ou cobrança da remuneração recebida pelo servidor público". No limite, o Judiciário será chamado a dar a palavra final. Os advogados de Mauro Cid foram dispensados pelo Exército de guerrear pelos vencimentos do preso.
Lula deixa o seu governo sem nexo ao assistir passivamente ao contraste que se estabeleceu entre o tratamento draconiano dispensado pela Polícia Federal a Torres e a condescendência servida pelo Exército a Cid. Produziu-se uma atmosfera circense. Num caso, o governo rende homenagens ao contribuinte, que financia a bilheteria. Noutro, avaliza o picadeiro militar.
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