Madeleine Lacsko: As cotas falharam com as mulheres na política brasileira
Depois da regulação das redes sociais, o próximo tema a ser sugado pela chinelagem do fla-flu político é cotas para mulheres. Começou com uma declaração de Michelle Bolsonaro no evento do PL Mulher em São Paulo este final de semana.
Como muitas pessoas do mesmo espectro político têm advogado há anos - e com tintas fortíssimas - pelo fim de qualquer tipo de cota, foi o entendimento de muitos. Michelle Bolsonaro acabou fazendo uma retificação:"Retificando, eu sou a favor da cota, sim. Nós queremos mulheres na política pelo seu potencial, pelo seu protagonismo. Nós não queremos apenas cumprir uma cota de 30%.
Parece algo favorável às mulheres, mas acaba sendo um remendo que nos coloca em desvantagem. As cotas surgiram em 1997, mas a burla era não investir o mesmo nessas candidaturas. Ficou decidido então que a cota de investimento deveria acompanhar a do número de candidaturas. Surge agora mais um obstáculo.
É ridículo, mas é uma melhora. Na legislatura em que as cotas foram criadas, a de 1995 a 1999, havia 39 mulheres entre deputadas e senadoras. Eram 6,56% do parlamento. Parece um salto para 15% em 2021. Em 2023,, a participação aumentou para 17,7% na Câmara e 16% no Senado.
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