Segundo os ex-voluntários e funcionários da instituição indiana de Sri Sri Ravi Shankar, eles foram submetidos a humilhações com dinâmicas que teriam como objetivo fortalecê-los espiritualmente
Na nova leva de denúncias, vindas à tona após os casos de abusos sexuais envolvendo lideranças e instrutores da ADV, oito pessoas ajuizaram ações cíveis e no Ministério Público do Trabalho no Rio e outras oito recolhem, no momento, documentação para formalizar queixa. Procurada, a Arte de Viver não se pronunciou sobre as acusações.Durante o Divya Samaj Nirman , “Criando uma Sociedade Divina” na tradução, D. P.
2 de 2 A bióloga Luciana Amorim, de 40 anos, e a estudante Yasmim Borges, de 28 anos, entraram com ações contra a Arte de Viver — Foto: Roberto Moreyra A gerente de projetos Débora Parreiras, de 35 anos, que também busca reparação na Justiça, acrescenta que as restrições de alimentação e de sono se repetem no curso Teacher Training Program , ou Programa de Formação de Instrutores na tradução, que dura 15 dias. Ele é um ensino avançado para quem quer se tornar instrutor de yoga e meditação da ADV.
— Tem uma dinâmica que a gente passa horas falando em grupo, dividido entre homens e mulheres, dos nossos maiores segredos sexuais. A intenção, segundo a ADV, é esvaziar a gente dos desejos para sermos um "canal limpo" para as pessoas — relata. — É delicado, mas quase ninguém desiste porque esse curso permite que estejamos mais próximos de Ravi Shankar, o mestre que, na nossa cabeça, nos agraciava com seus ensinamentos — completa.
A informação é confirmada pela pesquisadora Andrea Acioli, que passou pelo mesmo processo, mas em Petrópolis, região Serrana do Rio. Pedindo esmola, ela afirma ter arrecadado R$ 300, que ficaram para a ADV. Com Andrea, estavam mais de 90 pessoas. — Cheguei a pesar 48 quilos, e eles me criticaram por tomar remédios. Diziam que eu tinha que ir para Índia fazer o Seva que ficaria curada. Hoje me sinto burra e abandonada por um mestre que foi a pessoa que mais amei na vida.Outra denúncia comum relatada à Justiça é a de que a ADV exigia o cumprimento de metas de captação de fiéis e, quem não as atingisse, era cobrado mesmo que não fosse empregado da instituição.
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