Entre críticas à Lava Jato e afagos ao ex-capitão, o legado de seus dois mandatos à frente da Procuradoria-Geral da República é recheado de controvérsias
Na sua derradeira aparição no Supremo Tribunal Federal, ocorrida na última quinta-feira, dia 21, o PGR defendeu veementemente seu “legado” e rotulou críticas à sua gestão como “falsas narrativas”.
A Lava Jato foi frequentemente criticada por Aras – e, sua postura, elogiada por colegas do alto escalão do Judiciário. Dias Toffoli, por exemplo, afirmou na segunda-feira, dia 25, que sem Aras, “talvez não tivéssemos democracia”. Gilmar Mendes também elogiou o PGR, argumentando que sua gestão “deixa um legado de reinstitucionalização do Ministério Público Federal”.Ele enfrentou o fogo-amigo no MPF por medidas vistas como “pró-governo”.
Aras ainda ignorou as declarações golpistas feitas por Bolsonaro em 7 de setembro de 2021. Apesar das ameaças feita a ministros da Corte, Aras avaliou os atos políticos ocorridos durante a comemoração do bicentenário da Independência como “festa cívica”. Três semanas após a segunda agenda, em 27 de maio, o órgão pediu ao STF o arquivamento de duas representações contra o então presidente por racismo. As representações focavam numa declaração de Bolsonaro a um apoiador negro, perguntando se o rapaz pesava “mais de sete arrobas”, uma unidade de medida utilizada para pesar gado.
Aras também foi o PGR que apresentou o maior número de Ações Diretas de Inconstitucionalidade na Corte desde 2001. Foram 425 propostas, sendo 208 julgadas procedentes – de um total de 272 julgamentos. A taxa de decisões favoráveis no STF foi de 76%.Augusto Aras tentou, ao longo dos últimos meses, se cacifar para obter o terceiro mandato, desta vez por indicação do presidente Lula.
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