Pretinho da Serrinha: 'Tenho raiz, história, ancestralidade, não caí do pé de uma árvore'

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Parceiro de Seu Jorge, Xande de Pilares, Caetano e Marisa Monte conta como une mundos da MPB e do samba e revê sua carreira: 'Vim da Serrinha, me adapto desde que nasci'

A história ilustra bem como a vida do instrumentista, compositor e produtor foi, desde o início, regida pela música. No lugar de futebol e pipa, diversões dos outros meninos do morro, ele só queria saber de tocar. E foi o que fez. Com Deus e todo mundo, do samba e da MPB, e assim se tornou elo entre esses dois mundos., do qual assina a produção.

Prestes a estrear uma roda de samba no Jockey, em novembro, o músico de 45 anos falou sobre vocação, representatividade e do trauma que tem de uma “saideira”.O que te fez se tornar essa ponte fundamental entre a MPB e o samba? Não é mais, é minha amiga. Ela sabe que eu resolvo e sei que posso contar com ela, que chamo de "chefa". Foi Seu Jorge quem me apresentou a ela. Paula fez a direção geral e eu a musical do DVD "Música Para Churrasco ao Vivo". A gente se entendeu na hora. Temos uma coisa de confiança. Ela me apresentou um outro mundo.

Eu acordava na casa de alguém que nem sabia quem era. Ia andando pela casa até achar minha mãe no meio da galera. Às vezes, nem achava, ela tinha ido para outro lugar e me buscaria no dia seguinte. Minha mãe saía para o samba e deixava eu e meu irmão trancados. Ele chorava, eu ficava nervoso e gritava. Meu tio, que morava no quintal de baixo, vinha arrombar a janela para tirar a gente.Totalmente. Nunca cheguei perto de cocaína.

Fui tocar cuíca com ele no Rock in Rio de braço quebrado, ele me apresentando pelo nome. Um cara do Morro da Serrinha tocando cuíca com Lulu Santos no Rock in Rio... Doideira! Ali, eu falei: "Olha onde cheguei". Chego e falo: "Professor, não acha bom colocar um tamborzinho aqui?". Vou trazendo meus negocinhos, colocando um tamborim, uma cuíca. As pessoas compram, porque também querem isso.

Eu andava no meio dos velhos, não queria escola de samba mirim. Mas ia ter uma viagem de avião. Não conhecia nem o Centro da Cidade, só Madureira. Falei: "Avião"? Vambora!". Fiz o teste e passei. Em três dias estavam me chamando de líder. Porque já comecei a mandar, organizar. Era o mais novo e voltei diretor de bateria. Em todo lugar que chego é assim. Com Seu Jorge, também era o mais novo da banda e o diretor musical.

Aí, fiquei plantado ao lado do telefone para não deixar ninguém pegar. Era cascudo, cria do morro... Aí tocou de novo. Era Seu Jorge me chamando para gravar. Perguntei onde, e ele: "Lá na casa do caralho". Respondi: "Qual é, irmão? Me conheceu agora, que intimidade é essa?". E ele: "Não, bicho, é o nome do estúdio do Marcelo D2".Nem sabia chegar.

Não sei se tinha certeza, mas era o que tinha para fazer, o caminho mais perto. Pelo dom, estrela, vocação, sei lá. Não estudei nada ali, ninguém pegou na minha mão, eu saía tocando. A disputa no morro entre a coisa boa e a coisa ruim é desproporcional. O mal está mais alto, com dinheiro, moto, poder, tênis, cordão de ouro, namoradas.

Meu pai tocava na roda de samba, mas não foi importante para mim nessa história. Ele tocava no Botequim do Império, me botava para tocar com 8 anos de idade, mas me tratava como criança. Tinha cachê para mim, mas ele não me dava. Eu era músico já, pô. Carrego um negócio. Não sou maestro, sou ritmista. Toquei em uns 13 Prêmios da Música. Então, para homenagear Alcione, uma mulher preta, enchi de tambor. Muita gente me disse que se sentiu representado pela sonoridade. Quando vi os velhinhos do Fundo de Quintal na plateia, veio uma coisa de estar orgulhando eles.

Meu irmão fala pra mim: "Zé, você não pode vacilar aí pela rua, não". Virou uma responsabilidade mais pesada do que subir no palco e tocar . Com o tempo, fui tirando o Zé e ficou Pretinho. Dudu Nobre começou a me chamar de Pretinho da Serrinha. Porque era todo mundo preto na banda dela, então, tinha que diferenciar. Aí, pegou.É um processo sério, tipo escritório mesmo. Sento para trabalhar, compor. Sempre à noite. Às vezes, vem do nada também. Leio partitura, mas não escrevo arranjo, nada. Gravo tudo. Quando não tem instrumento, gravo a a voz.

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