No momento em que o Irã marca o 45º aniversário da Revolução Islâmica, pessoas que lutaram pela mudança em 1979 refletem sobre suas ações e os resultados. Alguns se arrependem, enquanto outros acreditam que era a coisa certa a fazer.
"Quarenta e cinco anos atrás, nenhum dos revolucionários poderia imaginar que chegaria o dia em que as pessoas os veriam como criminosos", diz Sadegh Zibakalam. Ele é um dos milhões dedo Irã foram prejudiciais e a inflação atingiu 43% nos 12 meses até janeiro. Além disso, há os ataques dos EUA contra
Ele explica que, há 45 anos, a liberdade era o que o aiatolá Ruhollah Khomeini, fundador da República Islâmica, repetidamente prometia a ele e a seus companheiros revolucionários. Durante o regime do xá, as mulheres ganharam o direito ao voto na década de 1960 e gozaram de direitos relativamente iguais aos dos homens. Teerã era conhecida como uma cidade com uma vida noturna vibrante e o país exportava vinho persa para o mundo.
Khomeini habilmente se projetou como uma figura unificadora para diversas vertentes de um governo islâmico. Milhões o reverenciavam como uma figura sagrada que se esforçava para transformar o Irã na prometida sociedade islâmica descrita no livro sagrado do Alcorão. Khomeini levou o título de imã, o chefe da comunidade muçulmana.
Falando sobre as semanas que antecederam a revolução, ela diz que "depois de todos os esforços que fez pelo país, testemunhar aquilo foi profundamente desanimador" para o marido, que não está mais vivo. "Todo mundo queria que o xá fosse embora a qualquer custo", diz ela. "É difícil entender como aconteceu. Parecia que todos sofríamos lavagem cerebral e estávamos sendo manipulados."Quem concordou com ela foi Homa Nategh, professor da Universidade de Teerã durante a revolução. Nategh, que morreu em 2016, até se sentiu pessoalmente responsável por tudo o que aconteceu.
Na mesma época, ela também deu inúmeras entrevistas à BBC, reconhecendo que suas obras incitavam as pessoas a derrubar o xá, e disse que não concordava mais com o que havia escrito na década de 1970. Mesmo que, após a revolução, vários grupos de esquerda tenham sido banidos, seus membros e algumas figuras revolucionárias proeminentes que ajudaram Khomeini a estabelecer a República Islâmica tenham sido executados, ele acredita que as críticas "decorrem da insatisfação das pessoas com o regime atual".
"Ele queria transformar o Irã em um grande exemplo de modernização ocidental, secular, dessa visão de modernização ocidental. Queria vender a imagem de que o Irã seria o centro do Ocidente no Oriente", resume à BBC News Brasil a especialista em relações internacionais e cientista política Luíza Cerioli, pesquisadora sênior na Universidade de Kassel, na Alemanha.
Cabe lembrar que historicamente sempre pairou um ressentimento na antiga Pérsia, hoje Irã: a de que a região sofria constantemente com ingerências de líderes de outros povos. "É quando as vestimentas, por exemplo, começam a se modificar, o acesso à educação e tudo aquilo que, por parte dos críticos conservadores, era um avanço ruim."
Naquele ano de 1973, o preço do barril do petróleo saltou de 2 para 40 dólares. "Essa realidade econômica alterou todos os quadros políticos do mundo.
O aiatolá rejeitava o processo de modernização, ocidentalização e secularização que vinha sendo implementado e imposto à essa sociedade que se considerava, na maioria, tradicionalista, conservadora e rural. Sua liderança acabou ganhando respaldo até mesmo por grupos que não eram ligados ao Islã. "Este foi o estopim para a revolução", frisa Bandarra. "A partir daí, os protestos se tornaram cada vez maiores. Alguns grupos pediam a volta do sistema parlamentar que havia antes, outros queriam a volta do grupo que era do Mossadeq, outros propunham algo totalmente novo."
Em abril, houve um plebiscito. O povo decidiu que queria que o Irã se tornasse a primeira república islâmica do mundo.
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